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Diabetes Mellitos

18/07/2020

Tipos

DIabetes mellitus tipo 1

Também conhecida como Diabetes Insulinodependente é mais rara (a sua forma juvenil não chega a 10% do total) desenvolve-se geralmente em crianças, adolescentes ou jovens adultos. Na Diabetes do Tipo 1, as células ß do pâncreas deixam de produzir insulina pois existe uma destruição maciça destas células produtoras de insulina.

O tratamento para este tipo de diabetes implica a administração subcutânea de insulina ou o uso de uma bomba da mesma, a escolha de comida saudável, a prática de exercício físico regular, o controlo da tensão arterial e dos níveis de colesterol. Neste tipo de diabetes o pâncreas deixa completamente de produzir insulina. Por essa razão, a única maneira de tratar a Diabetes mellitus tipo 1 é administrando insulina.

Diabetes mellitus tipo 2

É o tipo mais comum de diabetes, cerca de 9 em 10 diabéticos são do tipo 2. Pode desenvolver-se em qualquer idade, mesmo durante a infância. O tratamento inclui a toma de medicamentos antidiabéticos orais, uma alimentação saudável, a prática regular de exercício físico e o controlo dos níveis de açúcar e da tensão arterial. Nos casos de diabetes tipo 2 o corpo produz cada vez menos insulina ao longo do tempo, o que pode levar a um aumento na toma de antidiabéticos orais podendo mesmo ser necessária a administração de insulina para um bom controlo da diabetes.

Diabetes Gestacional

Surge durante a gravidez embora, geralmente desapareça após o nascimento da criança. Tem como causa principal uma resistência à insulina. As mulheres que têm este tipo de diabetes têm maior propensão para virem a desenvolver diabetes de tipo 2 numa fase mais tardia da sua vida.

Outros tipos específicos

Existem outras causas de Diabetes mellitus mas que são muito mais raras do que as anteriores. É o caso da diabetes causada por certos medicamentos, traumatismos abdominais graves, formas genéticas raras, entre outras.


Causas

Diabetes mellitus tipoAs causas da diabetes tipo 1 não são, ainda, plenamente conhecidas. Pensa-se que resulte de determinadas características herdadas (genéticas), em combinação com determinados estímulos ambientais, como por exemplo infeções. Contudo, sabe-se que é o próprio sistema de defesa do organismo (sistema imunitário) da pessoa com Diabetes, que ataca e destrói as suas células ß, levando à incapacidade súbita do pâncreas produzir insulina.Por essa razão, a diabetes mellitus tipo 1 é uma doença dita "auto-imune".


Diabetes mellitus tipo 2

Neste tipo de diabetes existe produção de insulina mas esta não está presente em quantidade suficiente para as necessidades do organismo, também se verifica alguma resistência dos tecidos à sua atividade, não conseguindo degradar a glucose. Hoje em dia, sabe-se que a resistência à insulina começa muito antes da diabetes aparecer. Como resultado do estilo de vida e da genética, o organismo vai ficando progressivamente mais resistente à insulina. Para compensar este efeito, o pâncreas esforça-se para produzir mais insulina. Em algumas pessoas, resultante deste esforço, o pâncreas começa progressivamente a falhar. Quando tal acontece, a glicemia sobe de forma descontrolada, dando origem à diabetes mellitus. Fatores de risco como excesso de peso, aumento da gordura no organismo e a inatividade física aumentam a resistência à insulina levando ao agravamento da diabetes tipo 2.

Diabetes Gestacional

A diabetes gestacional é muito semelhante à diabetes tipo 2. A grande diferença é que surge apenas durante a gravidez. Uma diabetes que é detetada durante a gravidez e que se mantém depois do nascimento do bebé não é uma diabetes gestacional, mas sim uma diabetes tipo 2.


Sintomas da Diabetes

Os sintomas da Diabetes são causados pelas quantidades de açúcar no sangue:

  • Hipoglicemia - Nível de açúcar menor do que 70mg/dL
  • Hiperglicemia - Nível de açúcar maior do que 200mg/dL

Hipoglicemia

Níveis de açúcar no sangue abaixo dos 70mg/dl causam sintomas como:

A hipoglicemia ocorre geralmente por 3 motivos:

  • Toma excessiva/incorreta de insulina ou antidiabéticos orais
  • Jejum prolongado
  • Exercício físico inadequado

Se o seu nível de glicemia for inferior a 70 mg/dL, ingira ou beba imediatamente um hidrato de carbono como um copo de sumo de fruta, 3 comprimidos de glucose ou 5 ou 6 rebuçados. Pode precisar de repetir o tratamento nos 15 a 20 minutos seguintes se os valores não tiverem aumentado.
Esperar que os valores aumentem espontaneamente ou esperar para agir não é seguro. A sua família e os seus amigos e colegas devem ter conhecimento de que, como doente com diabetes, está em risco de episódios de hipoglicemia.


Hiperglicemia

Níveis de açúcar no sangue acima dos 200mg/dl causam sintomas como:

A hiperglicemia ocorre geralmente pelos seguintes motivos:

  • Ingestão excessiva de hidratos de carbono
  • Situações de stresse
  • Alterações na ação da medicação
  • Períodos de doença aguda

Quaisquer que sejam as causas da hiperglicemia existe uma atitude básica e geral que pode ser feita pelo próprio indivíduo - aumentar a ingestão de água durante esse período de descompensação. Se os valores de glicemia se mantiverem acima dos 200mg/dL e sentir-se mal ou sem forças/prostrado, contacte de imediato o profissional de saúde que o acompanha. Caso não o seja possível use a linha de Saúde 24 (808 24 24 24) ou contacte o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) através do 112, informando-o que é diabético.


Evitar variações de glicemia:

  • Mantenha tanto quanto possível a sua rotina e horários diários de refeições e exercício físico, e não se esqueça de tomar a sua medicação;
  • Verifique os seus níveis de glicemia como lhe foi ensinado e partilhe os registos com o seu médico;
  • Estabeleça, com o seu médico, objetivos para o peso, a atividade física, os níveis de glicemia e HbA1C;
  • Use um objeto que informe as outras pessoas que sofre de diabetes, em caso de emergência, como um fio ou uma pulseira;
  • Tenha sempre consigo hidratos de carbono (como rebuçados ou pacotes de açúcar) para poder tratar em qualquer altura as hipoglicemias ("baixas de açúcar").

Complicações da Diabetes

A diabetes afeta todo o organismo. Quando a glicemia (açúcar no sangue) se mantém elevada durante muito tempo, pode aumentar o risco de complicações crónicas associadas com a diabetes. Estas complicações poderão ser evitadas se controlar de forma adequada a sua diabetes, mantendo:

  • Uma alimentação saudável;
  • Exercício físico regular;
  • Toma da medicação corretamente;
  • Exames regulares (como por exemplo análises de sangue).

Consequências

A Neuropatia afeta o sistema nervoso. Caracteriza-se por dificuldades nos movimentos e perda de sensibilidade, podendo provocar dor e formigueiro.

As Depressões podem acontecer ao longo da "maratona" que é a diabetes. Não tenha receio em pedir ajuda, ou aceitar ajuda quando a equipa de saúde acha que é necessário acrescentar mais alguém à equipa.

Alimentação

A alimentação é um dos fatores mais importantes no controlo da diabetes, juntamente com o exercício físico e com a terapêutica prescrita pelo seu médico. Assim, deve procurar fazer refeições equilibradas e variadas, que sejam adequadas às suas necessidades energéticas. Se necessário, pode procurar o apoio de um nutricionista. Deve participar também no delineamento do seu plano alimentar, encarando-o como um objetivo pessoal e como um passo essencial para controlar os seus níveis de glicemia e reduzir as possíveis complicações da diabetes.

Atualmente, os hidratos de carbono não são proibidos ao doente diabético, sendo no entanto importante limitar o seu consumo e ingeri-los sob a forma de hortícolas, frutas, cereais e leguminosas, que também são alimentos ricos em fibras, antioxidantes, vitaminas e minerais. Os alimentos açucarados devem ser consumidos com especial atenção, uma vez que aumentam a glicemia e, sendo altamente calóricos, são geralmente desprovidos de vitaminas e minerais, não sendo assim adequados a uma alimentação saudável. Deve também ser evitada a ingestão de gordura e sal. Um regime alimentar bem estruturado evita também a obesidade e o excesso de peso, reduzindo as complicações da diabetes.

Conselhos gerais

1 - Os hidratos de carbono (leguminosas, massas, cereais, batatas, e pão) devem ser a maior percentagem de alimentos, 50% a 55% da sua dieta.

2 - Comer vegetais livremente, uma vez que são ricos em fibras e em vitaminas.

3 - Comer 2/3 peças de fruta por dia.

4 - Limitar o consumo de gordura animal, manteiga, banha, etc., assim como de ovos.

5 - Evitar bebidas alcoólicas e o tabaco.

6 - Ingerir pelo menos 1,5L de água ao longo do dia.

7 - Tentar diminuir a ingestão de sal. Pode temperar os alimentos com especiarias, ervas aromáticas e limão.

8 - As proteínas devem constituir 15% da sua dieta (queijo fresco, ovos, peixe e carne, preferencialmente magra).

9 - Evitar açúcares de absorção rápida (mel, bolos, refrigerantes e outros).


Plano Alimentar

Deve fazer 6/7 refeições por dia (pequeno-almoço, meio da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia). Não deve ficar mais de 3 horas sem comer, durante o dia e 9 horas durante a noite.

A roda dos alimentos permite-lhe ter uma visão de como se encontram distribuídos os alimentos, ajudando-o a escolher e a combiná-los de forma a fazer uma alimentação correta.

As refeições do dia:


Porções de Alimentos - Quantidade Adequada


Distribuição dos hidratos de carbono pelas 6 refeições

Os hidratos de carbono são nutrientes energéticos presentes em alguns alimentos e que são indispensáveis, pois constituem a principal fonte de energia do nosso corpo (50-55%). As principais fontes de hidratos de carbono são:

  • Cereais e derivados;
  • Leguminosas;
  • Frutas;
  • Leite e seus derivados;
  • Alimentos com adição de açúcar;
  • Bebidas açucaradas

Hidratos de Carbono Simples

Os hidratos de carbono simples incluem os açúcares que existem naturalmente na fruta (frutose) e no leite (lactose), mas também os açúcares adicionados durante o processamento de alimentos refinados (sacarose e dextrose). É o caso do pão branco, arroz branco, biscoitos, bolachas e os bolos feitos com farinha e açúcar refinados. Estes HdC são constituídos por moléculas mais simples e portanto são de digestão fácil, provocando subidas rápidas dos níveis de açúcar no sangue (glicemia).

Hidratos de Carbono Complexos

Os hidratos de carbono complexos existem nos alimentos ricos em fibras, como as batatas, batatas‑doces, milho, massas integrais, arroz integral e leguminosas. Estes HdC são alimentos de absorção lenta, pois o processo de digestão é mais demorado. Como na digestão levam mais tempo a ser absorvidos, permitem manter uma maior estabilidade dos níveis de açúcar no sangue (glicemia).


Equivalências dos HdC

Para o doente diabético é importante a gestão do consumo de hidratos de carbono e a interconversão entre alimentos constitui um conhecimento essencial na manutenção de uma alimentação equilibrada. O seu plano deve ser sempre elaborado em função das suas necessidades.

Como deve ser feita a contagem de Hidratos de Carbono?

Se lermos os rótulos das embalagens dos produtos, podemos fazer a contagem dos Hidratos de Carbono ingeridos através da seguinte fórmula:

Benefícios do exercício físico

O exercício físico é um dos principais componentes de um estilo de vida saudável, adquirindo especial importância nos doentes com risco de desenvolverem diabetes ou que já têm a doença.

Não deve iniciar um treino intensivo de repente! Opte por iniciar gradualmente a sua atividade física, começando por caminhadas diárias de 30 minutos ou treino moderado de 40 minutos em ginásio.
Antes de iniciar um plano de treino aconselhe-se com o seu médico.

Nos novos doentes com diabetes é comum a hipoglicemia associada à prática de exercício físico. Para evitar esta situação opte por fazer refeições ligeiras antes e depois do treino.

Os efeitos benéficos do exercício físico nos diabéticos são significativos e incluem:

  • Diminuição dos valores de glicemia, tensão arterial e colesterol
  • Redução do risco cardiovascular
  • Alivia o stresse
  • Facilita a ação da insulina no organismo
  • Quando combinado com uma alimentação saudável, promove a diminuição de peso
  • Melhora o sistema ósseo e muscular

Defina objetivos realistas e alcançáveis. Se não conseguir realizar um treino físico mais intenso pode sempre começar por atividades simples tais como limpar a casa, passear o cão ou realizar atividades no jardim.

SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS


Se caso fuma... Deixe de Fumar

É globalmente conhecido o efeito nefasto do tabaco na saúde humana. No doente com diabetes o ato de fumar é altamente prejudicial e pode acelerar o desenvolvimento das complicações da diabetes. A nicotina presente no tabaco pode afetar o efeito da insulina, diminuindo a sua absorção no local da injeção e dificultando a sua ação nas células.

Fumar tendo diabetes conduz a um risco muito aumentado de:

  • Acidente Vascular Cerebral (AVC)
  • Ataque Cardíaco
  • Insuficiência Renal
  • Retinopatia Diabética
  • Cancro do Pulmão

Se foi recentemente diagnosticado com diabetes e pretende deixar de fumar, deve consultar o seu médico, que lhe aconselhará o método mais adequado à sua condição.


Autovigilância

A autovigilância na pessoa com diabetes é a capacidade individual de participar ativamente na gestão da doença e gerir a diabetes de forma responsável, juntamente com a sua equipa de apoio. A medição de glicemia é um teste que determina os níveis de açúcar no sangue, permitindo avaliar e monitorizar o controlo da diabetes. Deve ser medida de acordo com as recomendações da equipa de apoio.

Leve o seu equipamento sempre consigo, de modo a que possa identificar as tendências de oscilação da glicemia, conhecer os fatores que podem causar hipo ou hiperglicemia, avaliar o impacto da alimentação, da atividade física e da terapêutica sobre a diabetes e identificar necessidades de mudanças no tratamento.

Medição da Glicemia

1 - Lavar as mãos; se as mãos estiverem frias, lavar com água morna. Não usar álcool.

2 - Colocar uma nova lanceta na caneta antes de fazer a picada.

3 - Ajustar a profundidade da picada.

4 - Colocar a tira no equipamento.

5 - Fazer a punção sempre de lado nas extremidades dos dedos (a dor é menor).

6 - A gota de sangue deve ser do tamanho adequado.

7 - Coloque o topo da tira encostado à zona do dedo de onde obteve a amostra.

8 - O equipamento inicia automaticamente a contagem decrescente.

Valores de referência

Cada pessoa deve conhecer os seus níveis de glicemia. Aprender a valorizá-los e a relacioná-los é um sinal de preocupação em relação à diabetes. Não monitorize a glicemia por obrigação, mas por uma necessidade de melhor controlar a diabetes. Lembre-se que os seus valores podem variar ao longo do dia devido a diversos fatores. Não deve comparar resultados, porque isto pode ser enganador, pois nunca faz as mesmas coisas todos os dias.

Controlar o seu valor de HbA1C

A diabetes bem compensada tem valores de HbA1c no máximo de 6,5 a 7%

HbA1c é a abreviatura de hemoglobina glicosilada. Uma parte do açúcar que circula no sangue liga-se à hemoglobina dos glóbulos vermelhos. Quanto mais elevado for o nível de açúcar no sangue, mais hemoglobina dos glóbulos vermelhos está ligada à glucose e maior será o valor da HbA1c. A vigilância da HbA1c permite obter a informação sobre a média geral do controlo das glicemias nos últimos 3-4 meses. Peça que o informem do seu valor alvo.


Como preencher o livro de registo

Apesar da maioria dos glucómetros terem capacidade de memorizar 365 determinações de glicemia, aconselha-se à pessoa com diabetes ou prestadores de cuidados a anotar diariamente as suas glicemias.

O registo diário das glicemias no caderno do diabético é uma peça fundamental para relacionar as glicemias com os eventos de cada dia, facilitando a otimização dos ajustes terapêuticos, faça-o corretamente no diário de auto-controlo.

O profissional de saúde que o acompanha definirá quais os seus objectivos de glicemia e exames adicionais. Escreva qual a medicação que está a fazer e as horas das tomas.

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